ABSTRACT
Os produtos fitoterápicos são livre e amplamente comercializados em todo o Brasil como um importante recurso terapêutico, porém reconhece-se um quadro de frequentes adulterações, contaminações e falsificações. A fim de iniciar um programa de avaliação da qualidade dos fitoterápicos comercializados na região de Campinas, SP, foi realizado o controle físico-químico da qualidade de dois importantes fitoterápicos: boldo-do-chile e sene. Foi realizada a análise físico-química e botânica de doze amostras de folhas de Cassia acutifolia Delile (sene), coletadas aleatoriamente em diferntes estabelecimentos, segundo requisitos presentes nas monografias publicadas na Farmacopéia Brasileira. Os resultados obtidos evidenciaram que 100,0% das amostras analisadas não atenderam a todos os critérios de qualidade descritos na monografia de cada planta, embora todas estivessem em conformidade com sua descrição botânica. Das amostras analisadas, 55,6% de boldo-do-chile e 18,2% de sene seriam rejeitadas, pois estavam fora dos limites especificados pela organização Mundial da Saúde, que é de 3,0% para a presença de material orgânico estranho. Todas as amostras analisadas apresentaram valores de umidade acima do especificado pela Farmacopéia Brasileira (máximo de 5,0%). Além disso, verificou-se, no rótulo dos produtos, a falta de diversas informações consideradas relevantes. Os resultados refletem a falta de rigoroso controle de qualidade dos fitoterápicos comercializados, uma vez que deveriam ser produzidos conforme as boas práticas de fabricação e manipulação.